A Moxabustão é a técnica de aquecimento dos pontos de acupuntura. Na China, não existe de forma isolada a palavra acupuntura. Sempre se falam em "Agulhas e Moxa", simbolizando que nos pontos são utilizados não somente a agulha, mas qualquer estimulo físico ou químico. O aquecimento dos pontos fornece calor e energia para o corpo. Por isso, a moxabustão é indicada para as doenças provocadas pelo frio e pela umidade (muito usada em paises frios e no inverno), e para situações com deficiência de energia (convalescente, doenças crônicas, pessoas fracas e pacientes idosos). Dizem até que todos os paciente idosos devem receber primeiro a moxabustão algumas sessões para que as agulhas possam produzir melhor seus efeitos. Ou ampliando tais conceitos, toda as pessoas devem aprender a fazer moxa em alguns pontos chaves para recarregar as energias do corpo e prevenir as doenças.
Alguns acupunturistas, como Sawada e Manaka no Japão, acreditam que a moxa pode ser utilizada tal como agulhas, assim, colocam vários cones de moxa nos pontos, substituindo as agulhas.
O calor realmente produz vasodilatação, efeito anti-inflamatório e analgésico. Os banhos e predilúvios quentes relaxam o corpo e a mente. As compressas quentes são úteis para amenizar as dores crônicas e as contraturas musculares. Entretanto, a aplicação de calor em áreas extensas do corpo a longo prazo traz efeitos colaterais como enfraquecimento e má circulação sanguínea. Os terapeutas orientais aplicam as moxas nos pontos de acupuntura permitindo uma atuação e eficiente, sem tais efeitos colaterais. Hoje, afirma-se que a moxabustão funciona porque atua diretamente sobre pontos de acupuntura, portanto é mais eficiente do que a aplicação difusa das lâmpadas infravermelhas ou das compressas quentes. Além disso, a moxabustão pode ser aplicada à agulha, levando o calor profundamente no ponto.
Desde os tempos antigos, a moxabustão é feita através da queima de uma erva medicinal chamada Artemisia. Esta planta é mais utilizada talvez pelos seus efeitos químicos ou talvez pelo espectro infravermelho mais eficaz. ( Wu Kwang)
Moxaterapia japonesa.
Yoshio Manaka expôs a sua opinião quanto ao uso diferenciado da moxa na China e Japão, reportando que " Na China, ensina-se que não se deve utilizar moxa nos casos de doença de calor ou em pontos do meridiano do coração". Pois segundo os preceitos chineses a diferenciação da tipologia das doenças em padrões de frio e calor é essencial. O uso da moxaterapia no Japão é completamente diferente.
Segundo normas chinesas, a quantidade de intensidade de calor da moxa necessária para o corpo reagir terapeuticamente tende a ser muito grande, usando caixa de moxa ou um tempo muioto demorado de exposição ao calor ( 1 a 3 minutos) com bastões de moxa.
Cones minúsculos de moxa tendem a ser mais parecidos com o tratamento através de agulhas. Apesar da presença do calor, os resultados terapêuticos podem ser atingidos aplicando mínimos cones de moxa direta.
É possível que essa contra-indicação seja aplicada provavelmente ao uso de ervas fitoterápicas chinesas ingeridas em forma de chá que aumentam o calor, confundindo-se com o calor oferecido pela moxa. É provável que a moxa fosse confundida com calor produzido por ervas quentes, sendo contra-indicada em doenças quentes.
No Japão a moxaterapia se desenvolveu através de seus próprios praticantes, onde muitos especialistas jamais utilizavam agulhas. Um longo tempo de experiência e aplicação clínica do uso do calor indiretamente, ou difuso, assim como o uso do calor direto, demonstra que estas contra-indicações são inválidas.
Sawada Ken (1877 - 1938, o famoso moxaterapeuta japonês, ganhou sua reputação tratando tuberculose pulmonar apenas utilizando moxa direta utilizando palpação na área para-vertebral interescapular, onde os pontos sensíveis se encontravam em: B11, B12, até B17, buscando sentir pontos ativos na coluna vertebral de VG14 até VG10. Se a temperatura do paciente fosse maior que 37,5 graus, adicionava P1, IG11, P5, B11 e VG12. Estes registros sobre os tratamentos de Sawada foram descritos por Shirota Bunshi, e mostravam o estilo de tratamento utilizando moxa local e sistêmica com excelente resultado.
A análise destes tratamentos, que já indicavam a possibilidade de interferência na imunidade, acabariam por despertar, no futuro, trabalhos científicos sobre a efetividade do uso de moxa.
Efeitos fisiológicos
Os benefícios da moxaterapia direta em geral possuem mais ouo menos a mesma eficácia da acupuntura. Entretanto experimentos médicos em cobaias demonstraram que a moxaterapia direta produz um efeito masi profundo e mais forte do que as mudanças fisiológicas produzidas pela agulha. Por exemplo:
- Aumenta a produção de leucócitos no sangue.
- Aumenta a produção de hemácias e hemoglobina.
- Aumenta a circulação linfática e sanguínea.
- É mais efetiva no tratamento das doenças crônicas do que a acupuntura
Fonte: A Moxaterapia Japonesa (Okyu - yaito) de Antônio Augusto Azevedo Cunha e Teruyoshi Hoga.
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